Desfeito o mito sobre as emissões de carbono dos carros elétricos.

Um novo estudo realizado na Holanda e no Reino Unido derrubou a teoria de que os carros elétricos não seriam, afinal, assim tão amigos do ambiente.

Por Paulo Mendonça Publicado às 09:00, 9 Abr, 2020

Depois de alguns artigos veiculados nos media internacionais virem questionar a verdadeira pegada ambiental dos veículos elétricos, alegando o impacto da utilização de combustíveis fósseis na produção de eletricidade, um novo estudo veio confirmar que a eletrificação permite, de facto, reduzir as emissões poluentes à escala global.

Assim, fica claro que aqueles países que estão a preparar uma substituição massiva dos carros a combustão interna por veículos elétricos estão mesmo no caminho certo. Entre eles, a Noruega, a Dinamarca e o Reino Unido, que já anunciaram a intenção de banir todos os veículos alimentados por combustíveis fósseis nos próximos 30 anos, encorajando os condutores a preparar esta mudança.

O estudo, realizado pelas universidades de Exeter, na Holanda, e Cambridge, no Reino Unido, concluiu que embora ainda sejam utilizados alguns combustíveis fósseis na geração de eletricidade, as emissões de todo o sistema, da produção de energia à circulação dos carros elétricos, produz muito menos emissões do que o verificado nos veículos a combustão, em 95% do mundo. As exceções encontram-se em países como a Polónia, onde a geração de eletricidade ainda é baseada, na sua maioria, em carvão.

Longa duração

Os investigadores responsáveis por este estudo afirmam que as emissões de longa duração dos carros elétricos são 70% mais baixas do que as dos veículos a gasolina ou diesel em países onde a maioria da eletricidade produzida provém de energias renováveis e nuclear. À medida que as nações fizerem a transição para a produção de eletricidade “limpa”, espera-se que o impacto positivo dos veículos elétricos venha a tornar-se ainda maior.

O estudo projeta também que em 2050 um em cada dois veículos nas estradas do mundo será elétrico. Caso se confirme, esta realidade poderá reduzir as emissões de CO2 em até 1,5 gigatoneladas por ano, o equivalente às emissões totais da Rússia nos dias de hoje.

IN automonitor.sapo.pt